Uma família.

Passa um dia e outro… e um terceiro. E a cada dia que passa apercebo-me cada vez mais, através da nossa convivência, que somos realmente irmãs. Carregamos uma herança muito particular que nos crucifica os dias mas que, num rasgo de sorte do destino, pode ser ceifada pela coragem e tenacidade de alguém.

Acredito piamente que a junção daqueles dois seres criou uma personalidade demarcada, rígida e soberana. Ora ele com o seu mistério, os seus pensamentos e momentos, o esforço e a perseverança, o rigor e o respeito, a teimosia, a humildade e o intelecto, e o apego sentimental àqueles que realmente são dignos do seu amor. E ela caracterizada pela altivez, o trabalho e a coragem, o descontrolo, a rapidez, a generosidade, o perdão e o amor.

Não são seres que demonstrem os seus sentimentos. A culpa reside numa vida de sacrifícios, trabalho árduo, um crescimento rápido e consequentemente uma infância abandonada. Apesar de tudo, dois seres muito apegados à família.
Tudo começou (como nas histórias infantis “Era uma vez…”) com a viagem de um homem e de uma mulher, de Braga e Chaves, respectivamente, até Lisboa e, num salto gigantesco sobre a narração, de um encontro com história.
- Uma salva de palmas a este homem que chegou a esta cidade com apenas 13 anos e cuja coragem e determinação o encarregaram de trazer até ao dia de hoje. -

Apenas duas das suas criações fazem denotar esta personalidade (resultante desta junção), sendo que uma mais do que a outra. Depois temos os desvios. As outras duas criações ora puxam mais para um lado ou para outro mas sempre com um traço identificativo de cada um dos seus criadores.
As quatro igualmente carenciadas de afecto. Culpa de uma vida de trabalho e dedicação dos pais para lhes dar um futuro melhor. Apesar deste (grande) percalço da vida, nenhuma delas se desviou do seu caminho e todas souberam fazer prevalecer o que tinham de melhor e assim vincar na vida.

Dizem que somos da mesma raça. E eu não desminto.