Passa um dia e outro… e um terceiro. E a cada dia que passa apercebo-me cada vez mais, através da nossa convivência, que somos realmente irmãs. Carregamos uma herança muito particular que nos crucifica os dias mas que, num rasgo de sorte do destino, pode ser ceifada pela coragem e tenacidade de alguém.
Não são seres que demonstrem os seus sentimentos. A culpa reside numa vida de sacrifícios, trabalho árduo, um crescimento rápido e consequentemente uma infância abandonada. Apesar de tudo, dois seres muito apegados à família.
Tudo começou (como nas histórias infantis “Era uma vez…”) com a viagem de um homem e de uma mulher, de Braga e Chaves, respectivamente, até Lisboa e, num salto gigantesco sobre a narração, de um encontro com história.
- Uma salva de palmas a este homem que chegou a esta cidade com apenas 13 anos e cuja coragem e determinação o encarregaram de trazer até ao dia de hoje. -
As quatro igualmente carenciadas de afecto. Culpa de uma vida de trabalho e dedicação dos pais para lhes dar um futuro melhor. Apesar deste (grande) percalço da vida, nenhuma delas se desviou do seu caminho e todas souberam fazer prevalecer o que tinham de melhor e assim vincar na vida.
Dizem que somos da mesma raça. E eu não desminto.
3 comentários:
então boa sorte num futuro próximo.
Bonito, sabes. Ainda bem que dás o devido valor. =D
Sim, Rute. Dou o devido valor ao esforço do meu pai e da minha mãe e ao que eles me transmitiram. No entanto, sei que esta herança, para alem de ser particular, é muito intrincada e custosa de conviver.
"Carregamos uma herança muito particular que nos crucifica os dias ..."
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