25 de novembro de 2007

E falta um mês.

Acredito nas prendas.
Acredito que nesta troca se partilhem sentimentos.
No entanto, ano após ano, vou desvalorizando esta demonstração de afecto.
Não acredito no "dar por ter recebido" e "receber por ter dado". O espírito natalício é muito mais que isso. É o reencontro de familiares, as luzes, o bacalhau, os pratos e os enfeites. São estes pequenos momentos que se geram nesta conjugação de características natalícias que me rasgam um sorriso. E fazem este dia um pouco diferente de todos os outros.

“Arreigou-se um uso social: natal exige troca de prendas, desde as mais nutridas que delapidam a carteira, às mais simbólicas. Uma lista infindável, um desafio à imaginação, convocada a desfiar as possibilidades que se encaixam no perfil das pessoas presenteadas. Que se chegue à frente a primeira pessoa que não ficaria ofendida acaso estivesse à margem do comércio de prendas natalícias. Esta troca de prendas é uma troca de afectos. Materializados os afectos, decerto, mas a expressão de um sentimento por quem recebe os presentes. O lugar-comum ensina que é a intenção que conta, não o valor, nem a utilidade, do que se oferece. Há muito subjectivismo neste lugar-comum: parece um escudo que defende quem oferece, desvalorizando a reacção de quem recebe.

Para os líricos que sublinham a pureza dos sentimentos, o natal seria feito de actos mais singelos: um afago, uma palavra de ocasião, gestos que enobrecem a pureza das relações humanas.”

O felino


Nenhum comentário: