29 de junho de 2008
De todos os cantos do mundo, onde
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
em As Ondas
:)
26 de junho de 2008
18 de junho de 2008
O fim.
Aos poucos, retiro a roupa das gavetas e coloco dentro da mala. Faço-a lentamente, escolhendo cuidadosamente cada peça que pretendo levar comigo. E paro frequentemente para ver o que me rodeia e já sinto saudade.
Não, não vou fugir. Vou-me retirar, o tempo que for necessário. Parto do meu cais para outro e levo comigo os momentos tatuados na pele. Respiro outro ar, piso outro chão. E continuo a sentir o sol. E espero que a água salgada sare as feridas.
Desejo encontrar-me um pouco mais em cada dia, em cada lugar…
Deixo assim o meu refúgio que agora não faz tanto sentido como antigamente. Por vezes as palavras não conseguem traduzir o que vai dentro. Outras vezes dizem tanto… e ferem.
E por isto, e muito mais, hoje vou escolhendo, aos poucos, o que quero levar comigo.
Tenho a certeza que irei regressar. Irei ter saudades deste meu cantinho, deste espaço que me rodeia há tanto tempo e das pessoas que desde sempre seguiram os meus passos.
Um obrigado à Vera por, em tão pouco tempo, ter-se tornado uma boa confidente. Um porto seguro.
E um beijinho à Kyra, da qual vou ter muitas saudades.
Até um dia,
Patrícia Cerqueira.
12 de junho de 2008
9 de junho de 2008
India Arie
The more I know, the less I understand
All the things I thought I knew, I'm learning them again
I've been tryin' to get down to the Heart of the Matter
But my will gets weak
And my thoughts seem to scatter
The heart of the matter - India Arie.
8 de junho de 2008
Puzzzzzleeee!
O corpo pede descanso mas eu não deixo de olhar para o meu puzzle inacabado.
Tenho a meu lado algumas peças soltas. Remexo-as enquanto procuro dar-lhes algum sentido para a sua presença. Embora o sentido já lá esteja. Eu é que não o percebo.
Recorro ao método de experimentar cada peça nos sítios que faltam. Eventualmente chegará a altura em que fará sentido. Mas este não é o melhor processo.
Viro-as então do avesso. Um novo prisma. Reviradas são todas idênticas. Uma mesma cor e alguns formatos.
Por fim, numa tentativa de encontrar mais rapidamente o seu respectivo lugar, separo-as por cores. E desisto.
Baralho-as novamente.
E deixo-as assim. Porque fazem mais sentido misturadas e não viradas.
Possivelmente nunca saberei o seu lugar correcto. E, sinceramente, não sei qual o desenho final do meu puzzle. Embora se saiba sempre à partida qual o desenho final de um puzzle. Eu não sei do meu. Talvez só irei ver no fim. E francamente é nesse momento que irá fazer mais sentido perceber todo o enquadramento.
Acumulo peças como respiro.
E secalhar não tenho todas as peças deste puzzle. Hoje poderá faltar alguma. E amanhã terei muitas outras.
Pequenas peças feitas de actos, passos, sentimentos, palavras, momentos, pessoas...
Um puzzle inacabado. Modificável.
O meu puzzle.