18 de junho de 2008

O fim.

Aos poucos, retiro a roupa das gavetas e coloco dentro da mala. Faço-a lentamente, escolhendo cuidadosamente cada peça que pretendo levar comigo. E paro frequentemente para ver o que me rodeia e já sinto saudade.
Não, não vou fugir. Vou-me retirar, o tempo que for necessário. Parto do meu cais para outro e levo comigo os momentos tatuados na pele. Respiro outro ar, piso outro chão. E continuo a sentir o sol. E espero que a água salgada sare as feridas.
Desejo encontrar-me um pouco mais em cada dia, em cada lugar…
Deixo assim o meu refúgio que agora não faz tanto sentido como antigamente. Por vezes as palavras não conseguem traduzir o que vai dentro. Outras vezes dizem tanto… e ferem.
E por isto, e muito mais, hoje vou escolhendo, aos poucos, o que quero levar comigo.

Tenho a certeza que irei regressar. Irei ter saudades deste meu cantinho, deste espaço que me rodeia há tanto tempo e das pessoas que desde sempre seguiram os meus passos.

Um obrigado à Vera por, em tão pouco tempo, ter-se tornado uma boa confidente. Um porto seguro.
E um beijinho à Kyra, da qual vou ter muitas saudades.


Até um dia,
Patrícia Cerqueira.

4 comentários:

Anônimo disse...

O sol não brilha, chove lá fora
E essa dor no peito não se vai embora
Linda moça não chores mais
E teu único erro foi amar demais
Tem cuidado não te deixes enganar
Aprende a cuidar de ti
Escolhe bem quem tu vais amar
Eu sei que é dificil mas...

Tu és mais forte do que pensas
E um erro não chega pra te derrotar
E sei bem, tu vais conseguir
Eu sei...
Eu sei...

Patrícia disse...

... Olho para trás e vejo as minhas pegadas a esvoar-se. Como se cada momento não tenha sido completamente verdadeiro. Como se as almas não tivessem dançado ao mesmo ritmo. Como se os passos desenhassem caminhos iguais mas que, por vezes, não se tocavam. Divergindo até ao encontro de outro alguém.
E depois de tudo o que foi visto e dito, ficam apenas os vestígios do que eu outrora conhecia e que hoje desconheço por completo.
Porque é da natureza do ser humano continuar à procura de respostas. Só que essa procura ainda nos deixa com mais dúvidas. E esperamos sempre, ingenuamente, ouvir respostas do outro lado. Algo que faça sentido. Até ao ponto em que deixamos de conhecer as pessoas, as suas palavras e os seus gestos.
E interrogamo-nos (novamente) do porquê. Ficando tudo ainda mais confuso.
Por isso decido partir.
De entre um milhar de coisas que deveriam fazer sentido, eu so sinto uma. E ja mostrou nao ser o suficiente.

...

Como sabe o que sinto?
Não sabe.
É muito fácil dizer frases sobre amor e pensar que tudo gira à volta disso. E depois é só esperar que faça sentido, enquadrando-se na (suposta) situação.
Talvez encaixe, talvez não.


E se eu algum dia amei de mais foi porque … à superfície das coisas, fez todo o sentido ser assim.

*

Rute disse...

Sem dúvida que deixamos saudades nos portos onde atracamos. Quer seja por muito ou pouco tempo. Mas há sempre tempo para voltar ;)

Boas férias ***

Rute disse...

"E se eu algum dia amei de mais foi porque … à superfície das coisas, fez todo o sentido ser assim." =D NEm mais. Nunca se ama de mais. Por vezes damo-nos de mais. É diferente. Mas que é a vida se não for vivida intensamente?