9 de fevereiro de 2008

Cansaço, apenas.


Tenho dó das estrelas

Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo...
Tenho dó delas.

Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como das pernas ou de um braço?

Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir...

Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não a morte, mas sim,
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão -
Qualquer coisa assim
Como um perdão?

Fernando Pessoa - Mensagem, nº 1, Abril de 1938

3 comentários:

Anônimo disse...

lindo...esse poema...

parabens pelo blog!
venho ca sempre ver as tuas atualizacoes!!gosto muito!

Indisponível disse...

(adiciona mail ao perfil para te adicionar ao blog :D pfff ;) )

(: *

Samorosa disse...

Não conhecia este poema do Pessoa. Diz muito, gostei.
Parabens pelo blog. *