10 de fevereiro de 2008

Janela (II)

Há 7 dias passei por aqui.
E gosto.
A sensação de entrar na escuridão.
A velocidade.
Apenas vê-se os poucos metros que aparecem à frente.
Porque são esses que realmente importam.
O resto do caminho é uma surpresa.
Obriga a reagir instantaneamente e instintivamente.
Faz-se variar o alcance da luz dos faróis.
Muda-se a direcção do carro para a direita. E para a esquerda.
Esquiva-se a um buraco.
Faz-se uma curva apertada.

Ultrapassa-se um carro.
As lombas obrigam a diminuir a velocidade. Atrasam a descoberta dos metros seguintes.
A junção dos retalhos de pano. O azul acinzentado do céu. O verde escuro da mata.
Uma junção.
Misto.
Um corte no horizonte. A ponte da Lezíria.
As luzes, ao longe. Pontos luminosos que se aglomeram.

pelos caminhos de Salvaterra de Magos.
Benavente.
Vila Franca de Xira.


Um dia perco-me aqui. Desligo-me da cidade e fujo.
Nao é tarde, nem é cedo.

Um comentário:

Rute disse...

Não ha vida como a do campo! Não ha! Quem me dera poder mandar a cidade para o ar.

Tudo tem outro sabor.