Dou voltas na cama.
Cansada daquela agitação, ponho-me a pé e vou para a sala.
E é tão bom ouvir a chuva a bater na janela, o som dos carros a deslizar na estrada molhada, o vento a trautear uma música qualquer. Ver os chapéus-de-chuva abertos e silhuetas de pessoas sem cara.
O mundo lá fora borrado de cores escuras.
A entrada e saída de pessoas desta casa. Roupas molhadas e corpos cansados. Muitas vozes. Demasiado barulho. Concentro-me. E enquanto estudo, a chuva aumenta lá fora. Elas saem para visitar a avó, no hospital. Fecho os olhos e procuro algo cá dentro ... de volta ao meu cantinho.
“Até logo, Patrícia”. Desperto. Apenas vejo a mão dele a fechar a porta.
Levanto-me da cadeira e ponho leite a aquecer. Nada me fez sentir melhor do que lanchar aquela taça cheia de chocapic. “Porque ainda és uma criança”, como diz o Pai. Talvez.
Volto a olhar para a matéria e a gastar alternadamente tinta azul e carvão. As duas canetas pretas já estão gastas.
Paro. Está tudo difuso.
Por hoje chega.
Porque amanhã ... amanhã também é dia.
18 de abril de 2008
Amanhã também é dia.
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Um comentário:
....Grande texto!
Excelente!pá
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