As teclas pelas quais hoje passo os dedos não são as mesmas. Procuro uma melodia mais suave, que se afaste do som melancólico e da aspereza dos dias.
- São tantas as vezes que largo tudo e limito-me a ouvir o som do mar, o assobio do vento e o silêncio da noite. –
Por falar em noite, poucos são os passeios nocturnos que tenho feito. O cansaço das horas de estágio, a correria para conseguir estar algumas horas no meu local de eleição, o anseio pelas horas partilhadas, o ex-semi-trabalho e todos os outros factores pessoais fazem com que seja cada vez mais difícil conseguir calçar os ténis e andar por Lisboa à noite.
Apenas sei que a noite permanece fria. Como se os dias mudassem de humor, não deixando o calor do dia continuar durante a noite.
Fecho os olhos. Abstraio-me de tudo o que me rodeia. Centro a atenção naquele som.
Uma, duas teclas, …
Sim, ainda soa igual.