5 de outubro de 2008

Até amanha.


Respiro fundo.

Ainda não tive tempo, nem paciência, para pôr as aulas em dia. Muito menos para organizar as cadeiras leccionadas o ano passado (e à dois anos) e que tanto jeito dão aos meus amigos. Uma catrafulhada de cadernos e dossiers empilhados desorganizadamente num canto da sala. E algures aqui pelo quarto.

O meu tempo tem sido preenchido com aulas todas as manhas, trabalhos durante as tardes, apresentações, fins do dia com os amigos, jantares em família, pseudo idas para a cama cedo para conseguir acordar no dia seguinte às 6h, fugas às sextas-feiras para a Figueirinha, sestas às 21h, correrias para aproveitar ao máximo as tardes livres (ora com elas e principalmente com ele – André, o grande companheiro dos escapes até à praia), marcações de almoços na cantina para tentar juntar os amigos agora distribuídos pelos diversos mestrados e alguns ainda na licenciatura, conversas rápidas e importantes com as amigas durante os intervalos, adormecimentos à noite com o telemóvel na mão, televisão acesa até à manha seguinte, bairro às sextas e cafés aos sábados, domingos ora em Lisboa ora em Marinhais. Muitos reencontros e travagens de conhecimentos.

“És eléctrica.” Tenho sido, sim senhor. Mas os sorrisos têm sido acompanhados de algum cansaço físico e psicológico. Apesar de todos estes momentos serem tão ricos e bons, preenchem-me o dia e a cabeça conduzindo-me a um estado de apagão total quando me deito na cama. Continuo sem perceber a força que me impulsiona a levantar de manha e a estar pronta para mais um dia.

Para além de tudo isto, tenho feito corridas matinais. Não porque lhes acho piada mas devido à tendência inexplicável de demorar sempre a sair de casa. Um bónus? Faz bem às pernas.

No fim de mais uma semana, e agora relembrando o que li algures num blog, “não me apetece fazer muitos movimentos. Apetece-me ser menina, mimada e carente e ter alguém que me ature.” Porque sabe bem não ser sempre forte. Porque cansa ser sempre forte. Porque é mais fácil quando os outros são fortes por nós.

O difícil é deixar alguém fazer esse papel por mim.

4 comentários:

Rute disse...

Há sempre alguém disposto a fazê-lo por ti. Tenho a certeza. Amigos, ou o que sejam. O importante é que saibas que eles não necessitam que sejas sempre forte. E que estão sempre ali para te aconchegar e acarinhar quando percisas. ;) Tal como tu para eles! ****

Sarilhos disse...

Ser forte é ser feliz, nem que seja por segundos e acredita que um segundo vale por muito.No entanto, amigos são sempre amigos, por isso estou sempre aqui...

Adoro te

R disse...

dificil e' encontrar alguem que faça esse papel por nos.

Anônimo disse...

apesar do pouco tempo q passamos juntas, todos os momentos são preciosos para estar ctg :)