Respiro fundo.
Ainda não tive tempo, nem paciência, para pôr as aulas em dia. Muito menos para organizar as cadeiras leccionadas o ano passado (e à dois anos) e que tanto jeito dão aos meus amigos. Uma catrafulhada de cadernos e dossiers empilhados desorganizadamente num canto da sala. E algures aqui pelo quarto.
O meu tempo tem sido preenchido com aulas todas as manhas, trabalhos durante as tardes, apresentações, fins do dia com os amigos, jantares em família, pseudo idas para a cama cedo para conseguir acordar no dia seguinte às 6h, fugas às sextas-feiras para a Figueirinha, sestas às 21h, correrias para aproveitar ao máximo as tardes livres (ora com elas e principalmente com ele – André, o grande companheiro dos escapes até à praia), marcações de almoços na cantina para tentar juntar os amigos agora distribuídos pelos diversos mestrados e alguns ainda na licenciatura, conversas rápidas e importantes com as amigas durante os intervalos, adormecimentos à noite com o telemóvel na mão, televisão acesa até à manha seguinte, bairro às sextas e cafés aos sábados, domingos ora em Lisboa ora em Marinhais. Muitos reencontros e travagens de conhecimentos.
“És eléctrica.” Tenho sido, sim senhor. Mas os sorrisos têm sido acompanhados de algum cansaço físico e psicológico. Apesar de todos estes momentos serem tão ricos e bons, preenchem-me o dia e a cabeça conduzindo-me a um estado de apagão total quando me deito na cama. Continuo sem perceber a força que me impulsiona a levantar de manha e a estar pronta para mais um dia.
Para além de tudo isto, tenho feito corridas matinais. Não porque lhes acho piada mas devido à tendência inexplicável de demorar sempre a sair de casa. Um bónus? Faz bem às pernas.
No fim de mais uma semana, e agora relembrando o que li algures num blog, “não me apetece fazer muitos movimentos. Apetece-me ser menina, mimada e carente e ter alguém que me ature.” Porque sabe bem não ser sempre forte. Porque cansa ser sempre forte. Porque é mais fácil quando os outros são fortes por nós.
O difícil é deixar alguém fazer esse papel por mim.
4 comentários:
Há sempre alguém disposto a fazê-lo por ti. Tenho a certeza. Amigos, ou o que sejam. O importante é que saibas que eles não necessitam que sejas sempre forte. E que estão sempre ali para te aconchegar e acarinhar quando percisas. ;) Tal como tu para eles! ****
Ser forte é ser feliz, nem que seja por segundos e acredita que um segundo vale por muito.No entanto, amigos são sempre amigos, por isso estou sempre aqui...
Adoro te
dificil e' encontrar alguem que faça esse papel por nos.
apesar do pouco tempo q passamos juntas, todos os momentos são preciosos para estar ctg :)
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