De manha, ao estender a roupa, lembrei-me dos sábados de antigamente. Do acordar cedo para limpar a casa, a correria para não chegar atrasada à catequese, a chegada a casa à 13h com o almoço na mesa, o inicio da tarde a fazer trabalhos de casa, o tempo de espera pelo Jorge, a chegada a uma outra casa, os passeios com eles, os serões a dobrar meias e a ver televisão. Anos mais tarde o cenário mudou, a Joaninha na barriga da mamã, a ajuda da Patrícia em várias tarefas, uma segunda casa, a chegada da Joaninha ao mundo e as brincadeiras com ela. Ela diz que sou a tia preferida. Eu digo que a mãe dela foi uma segunda mãe para mim.
O tempo passa tão rápido. E volto ao mesmo lugar onde estendia roupa. A janela do quarto ao-pé-da-casa-de-banho que dá para as traseiras do prédio, onde temos o estendal e vemos o parque de estacionamento. Vemos também os autocarros e os corredores do prédio da frente.
Há muito tempo que não via a rua por aquela janela. Desde que o quarto passou a ser da Carla raramente lá entro. Agora que lá dormem os avós nunca lá vou. Sem ser hoje porque passaram o dia fora e era preciso estender a roupa naquele estendal.
E hoje foi dia-de-recordações. Tinha realmente saudades de estar sozinha neste meu espaço: almoçar sozinha, cantar alto, pular pela casa, o silêncio, o sofá, o relógio e a televisão da sala, jantar sozinha uma caixa de cannelonis de espinafres e queijo ricotta pré-cozinhados, e no fim desligar as luzes de todos os compartimentos e correr para o quarto. .
Foi assim, um sábado diferente.
Como o era antigamente...
Um comentário:
Terminei de ler o post com um sorriso na cara.
Às vezes é tão bom recordar.
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