A mim. A ti. E a ti também. A ele. A ela.
A nós.
A todos os vinte-e-sete de Outubro.
:)
"Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá, O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar, Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia, enfim, Descolorirá" ~Aquarela de Vinicius de Moraes e Toquinho
Não me recordo da ultima vez que cheguei a casa a esta hora. Nem da ultima vez que escrevi durante a semana no blog a esta hora.
Os dias têm passado a correr preenchidos por uma imensidão de coisas. Consequentemente o corpo ressente-se. E queixa-se. A cabeça dói, o sono traz a rabugice, as pernas fraquejam, as gargalhadas são acompanhadas de disparates, os olhos fecham-se durante as aulas e não há concentração num único ponto. Olho de novo para a planificação dos dias. A próxima semana vai ser igual a esta. E igual à anterior. Trabalhos, ensaios, aulas, viagens, festas, trabalhos, corridas, amigos, aulas, corridas, viagens, ensaios. A minha sanidade mental no final da semana encontra-se em níveis muito baixos. O que me faz passar cada dia é a ânsia da chegada de sexta-feira para poder fugir da cidade e enfiar-me no melhor sitio à face da terra: a praia. Saltar, correr, dormir, cantar, respirar e pensar com um magnífico areal e mar à minha frente.
Amanhã volta a ser um dia preenchido mas quem corre por gosto não cansa por isso… toca a levantar o astral e sorrir para mais um dia.
Ps.: agora vou dormir para compensar as poucas horas de sono.
Continuo a ir para a praia mesmo as pessoas achando que é doidice. Corro e chapinho na água a cantar que linda falua que lá vem, lá vem, é uma falua que vem de Belém. Sorrio para os olhares arregalados. Posso cantar e saltar e ser feliz assim?! Apanho conchas e vejo os pescadores, ora na partida ora no regresso. Faço sestas na praia e como bolachas com areia ao lanche. Vejo os surfistas e a rebentação das ondas. Afasto-me das gaivotas. Não ligo à cor da bandeira. Arrelias-me com tanta conversa. Gosto do silencio! E não gosto que me digas o que fazer!
Levo-te na minha doidice.
Gosto principalmente quando vais para a água e te divertes com as ondas enquanto me deixas sossegadinha a fazer o que gosto. =) Os momentos em que me ensinas coisinhas sobre os pescadores e as alforrecas. E os poucos momentos em que adormeces e eu tenho o meu silêncio. =P Ah! E quando vais correr e deixas-me dormir.
*regresso à Caparica depois de a ter trocado pela Figueirinha.
Último dia de aulas da semana. Escapadela dos trabalhos académicos e afins para ir ao omelhorbolodechocolatedomundo. Destino: Campo de Ourique. Carro a transbordar. Como diz o Bruno: um carro cheio de meninas. =) Ensardinhados por um bem maior: o bolo de chocolate. Cuidado com a polícia!
6 fatias d' omelhorbolodechocolatedomundo. Deliciadas. Satisfeitas. O alivio do Bruno. Descoberta de uma doceira entre nós: Xana. As promessas são para se cumprir: uma fatia para levar para a Salima. A viagem de regresso às tardes de trabalho na universidade...
Para mais informações seguir o link:
Respiro fundo.
Ainda não tive tempo, nem paciência, para pôr as aulas em dia. Muito menos para organizar as cadeiras leccionadas o ano passado (e à dois anos) e que tanto jeito dão aos meus amigos. Uma catrafulhada de cadernos e dossiers empilhados desorganizadamente num canto da sala. E algures aqui pelo quarto.
O meu tempo tem sido preenchido com aulas todas as manhas, trabalhos durante as tardes, apresentações, fins do dia com os amigos, jantares em família, pseudo idas para a cama cedo para conseguir acordar no dia seguinte às 6h, fugas às sextas-feiras para a Figueirinha, sestas às 21h, correrias para aproveitar ao máximo as tardes livres (ora com elas e principalmente com ele – André, o grande companheiro dos escapes até à praia), marcações de almoços na cantina para tentar juntar os amigos agora distribuídos pelos diversos mestrados e alguns ainda na licenciatura, conversas rápidas e importantes com as amigas durante os intervalos, adormecimentos à noite com o telemóvel na mão, televisão acesa até à manha seguinte, bairro às sextas e cafés aos sábados, domingos ora em Lisboa ora em Marinhais. Muitos reencontros e travagens de conhecimentos.
“És eléctrica.” Tenho sido, sim senhor. Mas os sorrisos têm sido acompanhados de algum cansaço físico e psicológico. Apesar de todos estes momentos serem tão ricos e bons, preenchem-me o dia e a cabeça conduzindo-me a um estado de apagão total quando me deito na cama. Continuo sem perceber a força que me impulsiona a levantar de manha e a estar pronta para mais um dia.
Para além de tudo isto, tenho feito corridas matinais. Não porque lhes acho piada mas devido à tendência inexplicável de demorar sempre a sair de casa. Um bónus? Faz bem às pernas.
No fim de mais uma semana, e agora relembrando o que li algures num blog, “não me apetece fazer muitos movimentos. Apetece-me ser menina, mimada e carente e ter alguém que me ature.” Porque sabe bem não ser sempre forte. Porque cansa ser sempre forte. Porque é mais fácil quando os outros são fortes por nós.
O difícil é deixar alguém fazer esse papel por mim.
O meu sorriso é o meu melhor amigo,
É com ele que falo e sigo meu caminho,
É o belo nome que dou ao meu cantinho,
É um amigo que nunca me deixa sozinho.
Tenho por vezes aquele sorriso, o lunático,
A bela gargalhada, meu sorriso asmático,
O que é raro, seu nome amarelo estático,
Que mais não é que um sorriso dramático.
Tenho o atento, calculado, o matemático,
Sorriso que o acompanha, é o simpático,
O sorriso tímido, engraçado, mudo, afático,
Sua origem é nobre, é sorriso puro, ático.
Sou feito de muitos sorrisos, amo o atrevido,
Também o sorriso confiante, sorriso decidido,
Venero o que mais uso para mim o triunfante,
O que define o meu ser, sorriso contagiante.
Responde ao nome. Está muito mais atenta. Esperta. Os dentinhos caíram dando lugar a novos. Menos mordidelas, apenas quando quer brincar. Novos sons. Os pulos, as corridas, o esconde esconde… As brincadeiras de sempre. Maior. E com o pêlo (ainda) mais fofinho. Gordinha. Menos arranhadelas, só quando a espevitam. O olhar. As orelhinhas.
Ela cresceu.